5 motivos pelos quais o seu jornal deve investir em podcasts



Hora de abrir os ouvidos! Difusão de programas de áudio já é realidade nos mercados de informação e entretenimento

Por João Pedro Dutra Maciel

Nascidos em 2004 a partir da junção dos conceitos de iPod e Broadcast, os podcasts vêm acumulando números que comprovam que, na internet, nem tudo se trata de imagem ou texto. Agora com 15 anos de existência, esse tipo de conteúdo (transmitido geralmente por áudio e distribuído via RSS) segue uma tendência global de industrialização e se aproxima de sua fase de maturidade também no Brasil.

De fato, o podcast tem grande potencial de desenvolvimento no país, principalmente para empresas que produzem notícias e entretenimento. Para se ter uma ideia, 79% dos ouvintes brasileiros afirmam que consomem essa mídia para se informar, enquanto 87% também buscam se divertir. Os dados são da última pesquisa feita pela Associação Brasileira de Podcasters (ABPod), no fim de 2018.

Abaixo, listamos 5 motivos pelos quais é possível acreditar que os podcasts já são uma realidade e por que é preciso estar cada vez mais com os ouvidos abertos ao que esse modelo de negócios tem a dizer.

1. Entrada promissora de grandes players no setor

No início de 2019, o Spotify comprou por cifras milionárias três empresas fundamentais para popularização dos podcasts: a Anchor, que facilita a produção e a difusão desse conteúdo, e a Gimlet, que hospedava alguns dos programas mais consumidos no mundo, além da produtora Parcast. Desde 2017 a plataforma de streaming mais popular do mundo distribui podcasts com o intuito de tornar mais prática e popular a oferta pelo serviço.

Além de deixar clara sua intenção de investir nesse tipo de tecnologia, essas iniciativas vindas de um player como o Spotify frequentemente reorientam os caminhos percorridos pelo mercado. Afinal, trata-se de um forte indício de que as empresas de entretenimento estão dispostas a abarcar a produção de um conteúdo mais personalizado e imersivo, como as transmissões por áudio.

2. Possibilidades de monetização com os podcasts

Especializado em analisar as tendências da indústria da comunicação, o site norte-americano Vox argumenta que o formato do áudio permite anúncios mais amigáveis ao consumidor, por ser menos invasivo do que os displays digitais ou as técnicas de remarketing, por exemplo. Para eles, na verdade, ao contrário de outras mídias, o público costuma gostar de ouvir os anúncios.

A longo prazo, à medida que a produção de conteúdo aumente e os assuntos abordados se tornem mais específicos, a expectativa é que surjam também modelos de assinatura para os podcasts. Esse, aliás, seria o cenário ideal para os especialistas, já que possibilitaria múltiplas fontes de renda e evitaria uma dependência exclusiva dos anunciantes.

3. O trunfo de falar exatamente com quem quer te ouvir

Outra vantagem dos podcasts é a possibilidade de fácil segmentação entre o público, de acordo com os seus interesses. Não à toa, 37% dos consumidores brasileiros se tornaram ouvintes assíduos por recomendação dos amigos e 75% continuam acompanhando os programas por causa da qualidade e do nível de aprofundamento dos conteúdos. Em geral, os temas preferidos pelos brasileiros são humor, cinema, cultura, história e ciência, mas dentro de cada um desses guarda-chuvas estão abrigados diversos temas e subtemas.

Os níveis mais baixos de rejeição às propagandas também têm a ver com um recorte mais assertivo da audiência. De acordo com o levantamento feito pela ABPod, 63% dos ouvintes de podcast no Brasil já compraram um serviço ou produto divulgado nessa mídia, o que indica que os anunciantes têm maiores chances de sucesso ao apostar em programas de nicho, que falem especificamente com o seu público.

4. O boom do daily news e das mesas-redondas

No mercado jornalístico, muitos veículos internacionais já estão produzindo diariamente conteúdo noticioso para o formato podcast, o que segundo a revista norte-americana Wired, especializada em negócios e tecnologia, é uma das últimas tendências do segmento. O próprio portal Vox (com o seu Today, Explained) e os jornais The Washington Post, The Guardian e The New York Times (que em 2018 lucrou 10 milhões de dólares com anúncios no programa The Daily) são alguns exemplos.

No Brasil, veículos da imprensa tradicional (como os jornais Folha de S. Paulo, o Estadão e O Globo) também já entraram na corrida pelos ouvintes de podcast, produzindo conteúdo sobre notícias internacionais, política, negócios etc. Um dos modelos que mais vem dando certo é o da mesa-redonda com debates sobre temas quentes da atualidade.

5. O consumidor livre para decidir e também produzir

É preciso levar em consideração ainda que 73% dos podcasts brasileiros são gravados em casa, por produtores que não contam com muitos equipamentos, o que na verdade é mais uma vantagem dessa mídia. Por se tratar de uma ferramenta de acesso democrático, aumentam as possibilidades de experimentação e as chances de novos formatos de sucesso.

Outro ponto positivo é que o consumo do podcast permite que os usuários realizem atividades simultaneamente, como tarefas domésticas (68% dos ouvintes) e atividades físicas (46%). Quase 80% dos podcasters têm o hábito de ouvir algum programa enquanto estão em locomoção no transporte. E um grande diferencial com relação ao rádio comercial, por exemplo, é que o consumidor tem a liberdade de fazer downloads e decidir quando quer dar o play.

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