Desafios da Inovação: o diferencial dos veículos financiados pelo Google



Doze projetos jornalísticos brasileiros foram selecionados para receber até R$ 1 milhão

Por João Pedro Dutra Maciel

No final do ano passado, o Google News Initiative (GNI) anunciou os vencedores do Desafio da Inovação. O programa, voltado para o jornalismo na América Latina, tem como objetivo desenvolver modelos sustentáveis de negócio e incentivar a criação de novos produtos e formatos de publicação dentro do ambiente digital.

O Brasil foi o principal país contemplado na região, com 12 premiados (veja aqui a relação completa). Cada um deles vai receber até R$ 1 milhão de financiamento para tirar do papel suas ideias. Mas o que atraiu a atenção do Google nesses veículos? Conheça a seguir o diferencial das propostas vencedoras e saiba que tipos de projetos jornalísticos têm inspirado o investimento de grandes players.

Engajamento e novas plataformas

O projeto Reload, fruto de uma parceria entre dez organizações, foi selecionado por propor a criação de uma “redação de vídeos” colaborativa que engaje jovens adultos no consumo de notícias. O Estadão é outro vencedor que quer atrair o público mais jovem, só que através da gamificação de seu conteúdo e um sistema de recompensas para quem permanecer consumindo suas informações.

Apostando no audiovisual, a revista Piauí irá adaptar suas matérias para plataformas de vídeo on demand.  O Grupo Bandeirantes, por sua vez, propôs o desenvolvimento de um sistema que capte o sinal de suas emissoras de rádio e TV, para transformar esse conteúdo em mídia digital a ser editado e relançado rapidamente em seus sites e apps. Já o projeto do jornal O Globo é aumentar o engajamento dos seus leitores e o seu número de assinaturas a partir da oferta de conteúdo personalizado por inteligência artificial.

O que esses projetos têm em comum? A busca pela retenção de um público consumidor, sobretudo os mais jovens, que tendem a ser mais dispersos e ter diversas fontes de informação e entretenimento. Outro aspecto que se repete nesses projetos é a utilização da tecnologia em benefício da otimização de processos, da criação de novas plataformas e da personalização de conteúdo.

Combate à desinformação

Para facilitar o trabalho de apuração dos jornalistas, a Abraji irá desenvolver uma ferramenta gráfica que permitirá o cruzamento de informações. Já o sistema automatizado de checagem de fatos do Jornal do Commercio, também selecionado pelo GNI, tem o objetivo de dar a qualquer cidadão o poder de verificar se um conteúdo é verdadeiro ou falso. A ferramenta que o grupo Aos Fatos propôs, por sua vez, terá financiamento para monitorar e analisar em tempo real notícias falsas que sejam propagadas e os seus desdobramentos na sociedade.

Em comum entre esses três projetos: a valorização da checagem de fatos e, consequentemente, a tentativa de redução das fake news, fenômeno que assolou a vida política de diversos países, incluindo o Brasil. O combate à desinformação sem dúvida é uma causa que será preocupação de grandes players do mercado nos próximos anos.

Questões sociais, políticas e econômicas

O grupo AzMina foi selecionado com a proposta de desenvolver uma base de dados que, com o auxílio de robôs, irá monitorar como os políticos votam no congresso brasileiro e o impacto das leis que aprovam, sobretudo com relação aos direitos femininos. Outro projeto ganhador é o do Congresso em Foco, que fornecerá aos jornalistas e à população uma ferramenta com informações atualizadas e acessíveis sobre os parlamentares.

A Associação Desenrola também foi contemplada para criar uma plataforma que distribuirá conteúdo jornalístico sobre territórios da periferia paulista, conectando os leitores com informação online e offline. Por último, o grupo Jota será financiado para desenvolver uma ferramenta que, com o apoio de machine learning e ciência de dados, trará maior clareza sobre tributações e antecipará prováveis resultados em processos fiscais.

O que une esses projetos? A preocupação com questões sociais, políticas e econômicas que têm recebido cada vez mais atenção. A luta por espaço e direitos igualitários, a necessidade de maior fiscalização do governo e transparência de informações à população também são projetos que despertam o interesse de grandes corporações.

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